Neuro: sindrome piramidais
Dedico este opúsculo ao meu mestre, Luís Barraquer i Bordas, pela sua contribuição ao estudo do sistema e da síndrome piramidais.
Introdução
A organização geral dos sistemas motores cerebrais depende da organização dos impulsos motores superiores que chagam a unidade motora na medula e, se esquematiza, de acordo com a diferenciação que existe entre dois sistemas: a) o sistema piramidal, b) o sistema ou sistemas extrapiramidais. A motricidade voluntária (MV) da qual o sistema piramidal faz parte é a mais evoluída das três formas de atividade motora. Caracteriza-se pelo mais alto grau de independência em relação a influencia imediata do meio, estando intimamente presa à formação da personalidade do indivíduo. Pessoas de ambos os sexos têm formas especificas para realizar movimentos, os quais foram aprendidos durante suas vidas dentro de um contexto cultural. Mas, nem todo movimento vem a partir do sistema piramidal. Os movimentos automáticos originados filogeneticamente antes do piramidal podem aparecer durante a marcha em várias situações. Numa atração sensual os movimentos no homem são exacerbados nos ombros, enchendo o peito, abrindo os braços, colocando uma das mãos na cintura; enquanto a mulher afasta um pouco os braços do corpo, mantém o tronco superior mais fixo para mexer melhor os quadris, passa a mão no cabelo, joga-o para trás ou para o lado.
Os centros motores somáticos trabalham juntos com os centros vegetativos durante a excitação cortical para haver vasodilatação periférica devido ao maior gasto de energia, a fim de auxiliar na contração muscular sem fadiga. Mas, a MV distingue-se da automática, principalmente pelo fato de sua realização provocar muito maior fadiga. O cansaço produzido pelos movimentos propositais, repetidos, de flexão e extensão dos membros inferiores, é muito maior do que o determinado pelo mesmo conjunto de movimentos no ato automático da marcha: pensar em andar cansa mais