Nepotismo e a Cultura

Nepotismo e a cultura
Dentro de uma sociedade civilizada, onde nasce uma cultura de valores comuns da interpretação dos seres humanos de si mesmos e suas relações com a natureza, compartilha-se um senso moral (primeiro impulso de pensamento) e consciência moral (questionamento das decisões). Com foco no bem estar da sociedade e constituição, aprovamos ou desaprovamos comportamentos e ações que nos contraria os valores éticos, e que, assim, comprometem a nossa liberdade, seja de expressão, pensamento ou ação, ou nossa igualdade. Assim condenamos, na política brasileira, atos como o nepotismo, que é praticado desde o início da civilização. A complexidade da discussão, contudo, cai sobre o paradoxo onde a liberdade compromete a igualdade do sistema social – as oportunidades que, no governo, favorecem aos que já estão no poder e limita a entrada dos que não fazem parte. Em retrospectiva, deve-se analisar o comportamento humano em pura natureza (essência) e seu desenvolvimento cultural para determinar se a prática do nepotismo é uma herança biológica ou produto de condutas imorais do passado.
A princípio, como mamífero, o homo sapiens busca a proteção de seu grupo, seja familiares ou relativos. Com o desenvolvimento de sistemas mais complexos de relações, passa a existir novos interesses para o ser humano. Nascem estruturas de poder político, governos, senados, corrupção dos valores. Todavia, não torna-se natural, dentro deste sistema, a desvalorização da igualdade – a política brasileira possui regras de conduta, formais ou implícitas, com as quais o político há de (ao menos parecer) concordar para adrentrar no processo. O desenvolvimento cultural da sociedade pode explicar, então, as mudancas nas tendências de conduta do agente moral que influenciam a prática do nepotismo. A influência do poder e do capitalismo sobre a vida emocional e racional das pessoas os impulsiona a tentar proteger suas posições políticas, e o nepotismo surge como uma maneira de alcançar este