Negociação dos sem-teto e o governo
"A ausência de uma política fundiária honesta, tem feito surgir, no Brasil, uma legião de miseráveis. Nas mãos dos grandes proprietários a terra torna-se incomunicável, ou seja, inatingível"
Reforma Agrária
Reforma agrária é o termo empregado para designar o conjunto de medidas que visam desconcentrar a propriedade das terras cultiváveis a fim de torná-las produtivas e melhorar o nível de vida das populações rurais e, conseqüentemente, de toda população.
Nesse sentido, a concentração de terras em mãos de poucos grandes fazendeiros, sistema de propriedade rural que se denomina latifúndio, tem sido o maior entrave à justiça social no campo.
As ações da reforma agrária, por isso, devem estar acompanhadas de programas de apoio ao pequeno agricultor e de geração de emprego no campo. Isso quer dizer que não se trata apenas de uma questão econômica, mas também social e política.
A questão da reforma agrária vai muito além dos interesses, conflitos e reivindicações da população do campo, de movimentos ligados à terra, de produtores rurais e de órgãos governamentais.
Inúmeras razões fazem da reforma agrária uma prioridade nacional: a concentração da propriedade da terra, o êxodo rural, o aumento do desemprego, o crescimento sem controle da população urbana e, ultimamente, o confronto muitas vezes violento entre os sem-terra, os proprietários rurais e as forças policiais.
Concentração de Terra
O Brasil é um país de alta concentração de terra. As grandes propriedades, com pelos menos mil hectares, representam apenas 1% do total de propriedades e controlam 45,1% da área, de acordo com Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1995-1996).
A comparação feita com o levantamento de 1970 mostra que a concentração de terra aumentou, pois as propriedades mais extensas detinham naquele ano 39,5% da área total.
Isso reflete o tipo de colonização a que o Brasil foi submetido. Inicialmente foi a escravidão