Navilouca
Práticas
A cultura médica do antigo Egipto tinha excelente reputação, e líderes de outros impérios frequentemete requisitavam ao faraó o envio do seu melhor médico para o tratamento de entes chegados.[2] Os egípcios possuíam algum conhecimento de anatomia humana. Por exemplo, no processo clássico de mumificação, os mumificadores sabiam como inserir um utensílio com um anzol na ponta através de uma narina, partindo o osso fino do crânio de modo a remover o cérebro. Também tinham uma panorâmica detalhada da localização dos órgãos internos, que removiam através de uma pequena incisão na virilha esquerda. Desconhece-se se o conhecimento na área da mumificação era transmitido aos profissionais de medicina, e não parece ter tido qualquer impacto nas teorias médicas.
Os médicos egípcios estavam cientes da existência do pulso e da relação entre o pulso e coração. O autor do Papiro de Smith possuía até uma vaga ideia do sistema cardíaco, embora nada referindo sobre a circulação sanguínea, e não foi capaz, ou não deu importância, à separação entre vasos sanguíneos, tendões e nervos. Desenvolveram a sua teoria de "canais" que transportavam ar, água ou sangue através do corpo em analogia com o rio Nilo: se estagnava, as colheitas perdiam vitalidade; e aplicaram este princípio ao corpo: se a pessoa adoecia usar-se-ia laxantes de forma a desbloquear os "canais".[3]
Um grande número de práticas médicas eram eficazes, tais como muitos dos procedimentos cirúrgicos descritos no Papiro de Edwin Smith. Uma das recomendações dos médicos para a manutenção da saúde era a lavagem e barbeio do corpo, incluindo as cavidades, o que pode ter contribuído para a prevenção de infecções. Também aconselhavam os pacientes a ter em atenção a dieta, e evitar a ingestão de peixe cru ou outros animais considerados impuros.
Porém, muitas das práticas eram ineficazes ou até mesmo prejudiciais. Michael D. Parkins sugere que 72% de 260 prescrições médicas no Papiro de Hearst