Karol
Botticelli
O Renascimento Italiano em Florença
No final da Idade média, um dos mais importantes centros culturais na Itália era Florença, juntamente com Pisa, Milão e Veneza. O poder estava principalmente concentrado nas mãos de famílias ricas, como os Visconti em Milão e os Médici em Florença. As cidades cresciam e a população se mudava do campo engrossando a massa urbana, fazendo crescer o comércio e a economia.
A patronagem das artes era uma atividade cultural muito comum. Como dito por Giovanni Rucellai, um mercador florentino,“Suporto as artes pois elas servem à glória de Deus, a honra da cidade , e em comemoração a mim mesmo”. A patronagem era sinônimo de status social.
Os Médici eram os líderes da patronagem artística e intelectual, assim como eram líderes no comércio. Cosimo de Médici – o Velho (1389-1464) fundou uma academia voltada ao estudo dos clássicos, especialmente dando ênfase ao trabalho de Platão, atraindo seus seguidores, os neoplatonistas. O Neoplatonismo é caracterizado por uma forte oposição entre o espiritual (idéias) e o carnal (material). Escritores, filósofos e músicos dominavam o círculo neoplatônico, mas também alguns escultores, pintores e arquitetos, os quais mostravam especial interesse no mundo antigo.
Os artistas, antes vistos como simples artesãos, passaram a se considerar mais do que isto, e a sociedade passou a respeitá-los por seu trabalho. Como dito, eles buscavam inspiração no mundo clássico, tomando a escultura e literatura romana com base para seus estudos. Apesar disso, a pintura renascentista continuou predominantemente religiosa. Alguns temas mitológicos, porém, eram também aceitos. Estes eram, na sua maioria, encomendados pelos mecenas para sua coleção pessoal.
O estudo do nu masculino se tornou aceitável, enquanto os nus femininos eram raros até o fim do séc XV. A busca da idealização do corpo humano, se juntava ao desejo de retratar a realidade com