Naturalismo - o cortiço
Por volta de 1870, assistiu-se a saturação do Romantismo. O progresso definitivo das cidades, a industrialização, o avanço das ciências e o florescimento de novas correntes filosóficas criaram um ambiente hostil ao sentimento romântico. Os tempos exigiam uma arte responsável, que registrasse a observação objetiva da realidade.
Na segunda metade do século XIX, o contexto sociopolítico europeu mudou profundamente. Lutas sociais, tentativas de revolução, novas idéias políticas e científicas. A literatura não podia mais viver de idealizações como no
Romantismo.
Em resposta a esta necessidade nascem quase ao mesmo tempo e se entrelaçam mutuamente: o
Naturalismo, o Realismo e o Parnasianismo.
Naturalismo:
- Forte influência da literatura de Émile Zola (França);
- Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica;
- A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de fora para dentro”, os personagens tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimento;
- Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social;
- As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas;
- O tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.
Características do Naturalismo
- Determinismo biológico; - Objetivismo científico; - Temas de patologia social;
- Observação e análise da realidade;
- Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
- Linguagem simples; - Descrição e narrativa lentas;
- Impessoalidade;
- Preocupação com detalhes.
1.3 Diferenças