lucas
Qual o lugar que a obra literária de Aluísio Azevedo O Cortiço(1890) ocupa no realismo/naturalismo brasileiro?
Ao pesquisarmos parte da crítica sobre a obra de Aluísio Azevedo, observamos que responder a questão O Cortiço: realismo ou naturalismo se torna um desafio. E grande parte do problema se deve à confusão conceitual entre naturalismo e realismo que a domina.
Verificamos que essa confusão conceitual se deve em grande parte à crítica moral e ideológica sobre a obra de Aluísio Azevedo. Djacir Menezes, em Evolução do Pensamento Literário, sentencia: “Aluísio Azevedo seria o campeão do naturalismo... seu mestre é Emile Zola” (p.234). E Menezes relata a opinião da crítica da época sobre Zola. “A imagem de Zola pornógrafo ávido de escândalo, deliciado na putrefação da sociedade” (p.234).
Bezerra de Freitas, em Forma e Expressão no Romance Brasileiro, diz que muitos escritores se dedicaram para diminuir o valor da obra de Aluísio de Azevedo, mas ele também a diminui fazendo concessões a ela. “Os romances O Mulato, Casa de Pensão, O Cortiço constituem páginas do mais espesso naturalismo, não há dúvida, mas de irrecusável valor como documentos de uma época e demonstração da existência de uma literatura brasileira” (FREITAS, 1947, p.245).
Outra avaliação é a de que o naturalismo brasileiro foi uma cópia do francês. José Veríssimo, em História da Literatura, afirma isso e ressalta que há poucas obras notáveis frutos de Zola e de Eça no Brasil. Para ele, Aluísio de Azevedo é um nome de destaque, mas que segue a fórmula francesa, ou seja, é também um copiador.“O principal demérito do naturalismo da receita zolista, já, sem nenhum ingrediente novo, aviada em Portugal por Eça de Queiroz e agora no Brasil por Aluísio de Azevedo, era a vulgarização da arte que em si mesmo trazia” (VERISSIMO, 1963, p.260).
Veríssimo ainda lamenta a falta de êxito do naturalismo inglês no Brasil “tão sóbrio e distinto”, mas ressalta que este foi