Livro o Cortiço
Em "O Cortiço", o tempo é trabalhado de maneira linear, com princípio, meio e desfecho da narrativa. A história se desenrola no Brasil do século XIX, sem precisão de datas. Há, no entanto, que ressaltar a relação do tempo com o desenvolvimento do cortiço e com o enriquecimento de João Romão.
Espaço
São dois os espaços explorados na obra. O primeiro é o cortiço, amontoado de casebres mal-arranjados, onde os pobres vivem. Esse espaço representa a mistura de raças e a promiscuidade das classes baixas. Funciona como um organismo vivo. Junto ao cortiço estão a pedreira e a taverna do português João Romão.
O segundo espaço, que fica ao lado do cortiço, é o sobrado aristocratizante do comerciante Miranda e de sua família. O sobrado representa a burguesia ascendente do século XIX. Esses espaços fictícios são enquadrados no cenário do bairro de Botafogo, explorando a exuberante natureza local como meio determinante. Dessa maneira, o sol abrasador do litoral americano funciona como elemento corruptor do homem local
Narrador
A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo), como propunha o movimento naturalista. O narrador tem poder total na estrutura do romance: entra no pensamento dos personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um cientista, as influências do meio, da raça e do momento histórico.
O Cortiço: Crítica social O romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo gira em torno da vida de um cortiço carioca. O ambiente é retratado como um local miserável e promíscuo, capaz de contaminar quem se aproximava de lá.
Sob esse pano de fundo, podemos acompanhar a ascensão econômica e social do inescrupuloso João Romão. Partidário do pessimismo e influenciado por teorias deterministas, Azevedo submete seus personagens ao poder do dinheiro e da vida mundana. A obra faz uma dura crítica social, denuncia preconceitos raciais e a exploração do homem pelo homem. Trata-se de uma obra