narrativa
No outro dia, acordou cedo para ir ao trabalho. E notou que a lama continuava em seu braço, e também nas mãos. Tentou novamente limpar a lama, mas nada adiantou. Com medo da reação dos colegas do trabalho, cobriu as mãos com luvas e os braços com uma jaqueta. Por sorte, estava frio, e suas roupas não causariam espanto. E assim se passou, até que, depois de entregar alguns papéis para seu chefe, resolveu ir ao banheiro. Lá, notou que a lama agora estava também no outro braço, embora não o cobrisse por completo. Era apenas uma mancha, do tamanho de uma bola de tênis, que como as outras, não saía por nada. Cobriu-as com sua jaqueta e voltou ao trabalho. E as horas passaram e ele nem sequer pensou na lama.
Almoçou em um restaurante, despreocupado. As mãos, ainda enluvadas, não deixavam à mostra a lama que cobriam-nas. Ao terminar sua refeição, sentiu-se incomodado, porém não pensou muito a respeito. Foi ao trocar de roupa, em casa, que notou que havia lama também em sua coxa. Não sabia o que era aquela lama, tampouco procurava a origem dela, apenas concentrou-se em lavar-se. E de nada adiantou.
Sua esposa (sim, ele era casado) chegou em casa tarde, como avisara que ia fazer. Ele não