nara

Geopolitica da água

Puxado pelo crescimento populacional que gira em torno de 80 milhões de pessoas, o consumo de água no mundo aumenta, hoje, em 64 bilhões de metros cúbicos a cada ano. Como consequência, países como os Estados Unidos, China e a maioria dos países do Oriente Médio já apresentam problemas de escassez do líquido. No Brasil, apesar da concentração de 63% da bacia continental, 50% dos municípios da Região Nordeste já sofrem o reflexo do racionamento do produto que até pouco tempo era entendido apenas como um recurso natural, mas que, diante desse quadro, passou a ter também um caráter geopolítico.

De acordo com o professor doutor em economia agrícola, Mário Miguel Amin, para além de uma fonte de riqueza natural a ser explorada, no século XXI, a água passa a ser, também, um bem econômico. Para ele, as mudanças no fluxo do sistema da água e a contaminação dos rios pela população têm gerado efeitos que podem gerar problemas graves nas relações entre os países. “No Brasil as mudanças climáticas estão provocando problemas muito sérios com relação a água e pouco se tem discutido sobre isso nos últimos quinze ou vinte anos”, disse ao ter a oportunidade de debater o tema durante sua participação em um dos seminários do fórum Pará + Rio + 20, realizado no início da última semana pelo Diário do Pará e pela RBATV.

Segundo ele, antes de qualquer coisa, o problema da escassez de água no mundo deve ser entendido, hoje, como uma questão geopolítica, diante da perspectiva da necessidade cada vez maior do uso da água e de seu constante desaparecimento em algumas regiões do mundo. “A água já se tornou o problema mais grave do século XXI e a escassez de água já define uma nova geopolítica mundial”, afirma ao lembrar que, em decorrência disso, os países têm focado seu poder na busca pelos recursos naturais estratégicos. “Os países estão na disputa por esses recursos porque oferecem um aumento estratégico da relação de poder e do espaço geográfico”.

Como