nao sei
Já fazia um bom tempo que aquele policial estava de olho naquele motorista apressadinho. Ele pensou:
Amanhã esse cara não vai me escapar. Vou pará-lo e lhe darei uma multa daquelas bem salgadas. O engraçadinho não perde por esperar.
No dia seguinte o policial fez o sinal para que o motorista infrator parasse. O motorista atendeu prontamente e parou o veículo. Sem perder tempo o policial foi logo dizendo:
- hãm!...hãm! Bonito heim! Até que enfim nos encontramos. Por acaso o senhor sabia que já faz um bom tempo que eu estava a sua espera.
- Puxa vida seu policial! Sinceramente, sinto muito! Eu juro que eu não sabia, só fiquei sabendo disso há alguns minutos atrás e, como o senhor mesmo viu, eu vim o mais rápido que pude...
Os Loureiros Na aldeia de Sandiães não havia família mais numerosa que a dos Loureiros e só à sua conta formava quase o lugar inteiro de Casal do Viso.
O rasto da origem da família recuava a Bonifácio Loureiro, bisavô daquela gente toda. Ainda criançola e de pés descalços viera ter a Sandiães a casa de um parente afastado, mandado e com recomendações dos pais, pobres caseiros dos lados de Arouca, de muito trabalho e rédea curta. Em troca recebia apenas a escola primária e pouco mais que uma côdea molhada de caldo de couves grossas.
Quase de origem misteriosa, que as poucas falas adensenvam, cresceu e fez-se homem o Bonifácio Loureiro que à custa de tanto trabalho e de um casamento feliz e espertalhão com a Alzirinha dos Travassos, timbrado debaixo de uma mêda de palha à sombra do estio de um Agosto, conseguiu aumentar o rol de leiras, várzeas e tapadas e morreu de velhinho com fama de lavrador abastado com bens ao sol e ao luar e várias cabeças de gado a pastar pelos viçosos lameiros.
Deixou uma corja de filhos e filhas que entre si dividiram propriedades e nelas, dispostas ao longo do velho caminho, edificaram um casario juntinho como ramos apegados ao mesmo tronco. É esta a