Nanotubos
Os nanotubos de carbono são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo e invisíveis até para microscópios ópticos. Apesar disso, possuem a maior resistência mecânica dentre todos os materiais conhecidos — não quebram nem deformam quando dobrados ou submetidos à alta pressão. Destacam-se também como dos melhores condutores de calor que existem e, para completar, podem ser capazes de transportar eletricidade. A reunião de tais propriedades em uma única estrutura (e tão pequena!) ativa a imaginação de cientistas e homens de negócios: adicionados a plásticos, os nanotubos podem endurecê-los ou torná-los condutores de eletricidade; a tecidos, poderiam torná-los invulneráveis; por serem extremamente pequenos e leves, podem chegar ao interior de uma célula e serem usados como sensores para diagnósticos médicos.
O entusiasmo com as possibilidades abertas pelas propriedades dos nanotubos para o desenvolvimento de novos materiais excita homens de negócios, e também os cientistas da área. No Brasil, há uma comunidade de pesquisadores estudando nanotubos. Eles estão concentrados em universidades públicas (UFMG, UFPR, UFRJ, Unicamp, e USP, entre outras) e centros de pesquisa (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, SP). "Existe a crença de que os nanotubos venham a substituir o silício na era da nanoeletrônica", ressalta Marcos Pimenta, professor do Departamento de Física da UFMG e coordenador do Instituto do Milênio de Nanociências.
Mas, afinal, o que é um nanotubo?
Imagine uma folha de papel enrolada, formando um cilindro. Agora imagine que a folha, ao invés de ser de papel, seja feita de átomos de carbono, e tenha a espessura de apenas um átomo; essa folha enrolada é o nanotubo de carbono. Ocos por dentro, os nanotubos têm as extremidades fechadas, e seu diâmetro é de cerca de um nanômetro — a bilionésima parte do metro. Há duas décadas, o diamante e o grafite eram os únicos materiais conhecidos formados somente por carbono. Em 1985, os