Nada de novo no front
NO FRONT
A partir da leitura minuciosa da obra ‘Nada de Novo no Front’ de Erich Maria Remarque e do texto ‘Os Alemães’ de Norbert Elias é possível perceber a maneira como a fé cega em vitória aliada às pressões mascaradas de incentivo que os jovens sofriam foi o que gerou o sentimento de entusiasmo em relação à guerra. Com a situação econômica favorável vivida pela Alemanha que colocava em alerta grandes potências como Inglaterra, Itália e França, criava-se também a confiança em um futuro de triunfo também relacionado à guerra.
Não apenas a nação era responsável pela animação que arrebatava os jovens levando-os a guerra, mas também instituições como família e a educação eram responsáveis.
Não apenas Kantorek, mas outros professores, e até mesmo os pais, incentivavam seus filhos a irem a guerra por ser uma atitude da ‘juventude de ferro’,que era algo nacionalista,honroso e digno.Kantorek explicava ser uma boa escolha para os jovens, uma vez que estes não tinham uma vida enraizada,com mulheres e filhos, diferentemente de homens mais maduros de modo que não teriam tanto a perder caso ocorresse durante uma batalha, no máximo algumas paixões, fantasias e a escola. “Os intermediários, os guias para o mundo da maturidade, para o mundo do trabalho, do dever, da cultura e do progresso e para o futuro. Às vezes, zombávamos deles e lhes pregávamos peças, mas, no fundo, acreditávamos neles” (pp.18, Cap. 1, Nada de novo no Front - Remarque, Erich Maria)
Ao passo que qualquer sentimento relacionado ao medo ou fraqueza era visto como desonroso, em uma comparação da carta escrita pelo jovem que acabara de ingressar no exército alemão em 1914 ao primeiro capitulo da obra ‘Nada de Novo no Front’, pode-se entender que o sentimento de busca pela glória torna-se algo mais fraco à medida que o tempo nas trincheiras vai passando e a decepção vai tomando conta dos jovens soldados que sentem a morte cada vez mais