Na Primeira Medita O
Primeiro, coloca em dúvida os sentidos, pois estes podem nos enganar em alguns momentos e, portanto, não são confiáveis para obtenção da verdade. Em seguida, o filósofo pontua que mesmo que os sentidos nos enganem às vezes, encontramos muitas outras vezes em que não se pode duvidar. Contudo, se o sujeito pensante for louco, será possível duvidar completamente dos sentidos.
Porém, o argumento do erro dos sentidos é insuficiente para nos fazer duvidar sistematicamente de nossas percepções sensíveis, começando assim o argumento do sonho que irá estender a duvida a todo o conhecimento sensível.
Com isso, o filosofo coloca em xeque um mundo exterior ao sujeito pensante, colocando em duvida o sonho, uma vez que todas as representações em sonho parecem reais. O que garante que não estou dormindo nesse momento? Porém, mesmo o sonho sendo uma construção da mente, seus elementos são reais. Até mesmo criaturas e situações extraordinárias são compostas de partes reais, provenientes das percepções, que são as naturezas simples, indecomponíveis.
Esses elementos reais são simples e universais, ou seja, não são passiveis de duvida e podem ser aplicados em qualquer lugar e situação. Ciências como matemática e aritmética são exemplos desses elementos universais, ao contrario de outras ciências como astronomia e medicina que dependem da consideração das coisas compostas.
Entretanto, mesmo a matemática estando livre dos enganos dos sentidos, da loucura, dos sonhos e seja cientifica e real em qualquer lugar do mundo, pode existir um Deus criador de todas as coisas que permita o engano ou me engane todas as vezes que essa ciência é aplicada. Contudo, se Deus é bom não é cabível que ele esteja de acordo com esse engano. Descartes então propõe a existência de um gênio