Na Natureza Selvagem + Mal Estar na civilização
Camila Franciss Galliez
REFLEXÃO SOBRE O FILME “NA NATUREZA SELVAGEM” SOB A LUZ DO LIVRO “MAL ESTAR DA CIVILIZAÇÃO”
São Paulo
Abril – 2015
O filme relata a história de Christopher, um jovem que viveu, até seus 22 anos, uma vida comum; tinha pais tradicionais, ingressou e se formou na faculdade, dirigia seu carro, consumia bens materiais e etc. Porém, foi após se formar na faculdade que Chris decide mudar completamente o seu estilo de vida, abandonando tudo relacionado ao materialismo, o que implicava deixar seus pais, sua casa e sua cidade.
Após mudar de país e perambular de lugar em lugar, sem permanecer muito tempo em nenhum local, o jovem trabalhou de maneira temporária, utilizou diversos meios de transporte, até que decidiu radicalizar mais ainda sua jornada. Foi quando Christopher decidiu queimar todo seu dinheiro e abandonar seu carro, agora com a missão de chegar ao Alasca, buscando o máximo isolamento. Para se novo personagem, com seu novo estilo de vida, criou um pseudônimo chamado Alex Supertramp.
Chris buscava o afastamento tanto das modificações da natureza pelo homem tanto quanto do homem enquanto papel social, a fim de atingir o nível máximo de vida em natureza e, assim, encontrar a mais pura forma de felicidade. Alex, por fim, faz do Alasca seu destino final, falecendo por desnutrição no “ônibus mágico”, onde se alocava.
Assim como afirmado por Freud, o ser humano nasce incompleto e é essa falta, que gera conflitos, que fazem com que o ser humano se movimente e busque a completude. A partir disso, é possível afirmar que Christopher tenha entrado nessa jornada em busca do sentimento oceânico, ou seja, a plenitude.
Freud, em “O Mal Estar da Civilização”, explica que o processo civilizatório gera um mal estar, uma vez que nossas vontades são menosprezadas em troca da vida em sociedade, em prol da cultura. A partir desse fato, Christopher reconheceu que a vida civilizada o trazia