NA CRITICA DA RAZÃO PURA
De acordo com Kant, a virtude consiste sempre em obedecer ao Imperativo Categórico. Devemos agir por dever, sem ter em conta nenhuns interesses. As ações certas, as ações que devemos realizar, são as ações que passam pelo crivo do Imperativo Categórico: são universalizáveis e não instrumentalizam as pessoas (não as consideram apenas meios, mas também fins em si mesmos). Quando percebemos que uma ação é moralmente certa devemos realizá-la sempre, sem exceções, independentemente das suas consequências. Por exemplo: se mentir é errado, então nunca devemos mentir, mesmo que mentir provoque conflitos sociais ou sofrimento em nós e noutras pessoas. Assim, agir por dever pode ser incompatível com a felicidade. Agir moralmente pode, eventualmente, tornar as pessoas infelizes.
Kant considera a moralidade mais importante que a felicidade, mas não a considera o único bem, não a considera o bem total. A felicidade também é algo bom e é natural que as pessoas queiram ser felizes. Simplesmente, se tivermos de optar entre ambas teremos de optar pela moralidade.
O ideal seria conseguir alcançar ambas. Kant chama “soberano bem” à “conjugação da virtude e da felicidade”, ao “acordo exactamente proporcionado entre a felicidade e a moralidade”
Pelo que sabemos da vida atual, pelo que a História nos ensina acerca da vida no passado, não parece estar nas mãos dos seres humanos conseguir essa conjugação. Como Kant diz o “homem não é o autor da natureza” e na natureza e na sociedade ocorrem muitos fenómenos que dificultam a obtenção da felicidade. Principalmente para uma pessoa com escrúpulos, com