Música pode ajudar
“Iniciamos nosso trabalho usando três composições: a Sonata para 2 Pianos em Ré maior, de Mozart (conhecida por causar o “efeito Mozart”, um aumento temporário do raciocínio espaço-temporal de um indivíduo), a 5ª Sinfonia de Beethoven e Atmosphères, uma composição contemporânea, que se caracteriza principalmente pela ausência de uma linha melódica que traduza o tema”, afirma Márcia.
As células MCF-7 “ouviram” as músicas durante meia hora, e depois, o grupo testou seus efeitos. A composição de Mozart não provocou nenhuma alteração nas células, mas as de Beethoven e Ligeti causaram a morte de em média 20% delas, além de diminuição de tamanho e granulosidade. O fato de Mozart não ter provocado nenhuma reação é curioso, já que suas composições estão entre as mais utilizadas na musicoterapia. Já foi descrito na literatura que a Sonata para 2 Pianos diminui o número de ataques epiléticos e aumenta a capacidade de memória em pacientes com Alzheimer. Nesse caso, porém, nada de especial aconteceu. “Pode ser que a música de Mozart gere efeitos apenas em neurônios, mas não em outros tipos de célula”, sugere Marcia.
O ciclo de duplicação da célula MCF-7 dura aproximadamente 30 horas. “Então fazemos a contagem de células sempre 48 horas depois da exposição à música, porque sabemos que já houve uma duplicação. Buscamos agora formas de aumentar a porcentagem de morte celular. Beethoven é extremamente agradável de se ouvir, então não seria