Música na escola
Num país onde uma parcela considerável da população é analfabeta e uma outra ainda maior, é analfabeta funcional (diplomada ou não), ou seja, não consegue trafegar pelo universo da leitura e sua compreensão, a inclusão digital chega como bênção e como faca de dois gumes.
É extremamente dúbia a realidade em que vivemos, onde a inclusão vem acontecendo sem dúvida alguma, ainda que de maneira gradual ou mesmo lenta, mas que encontra um povo, em sua maioria, sem base para utilizá-la.
Li, certo dia desses, que a informação aprisiona e o conhecimento liberta. A questão é que para se chegar próximo ao conhecimento é necessário um processo educacional e falo da educação como um todo, muito mais solidificado do que o que temos.
Preocupo-me imensamente ao observar o telecentro do micro Universo no qual trabalho. Meus alunos conseguem digitar, navegar, informações acerca de compositores e músicas, mas não conseguem interpretar nada do que lêem. A questão se torna ainda mais séria quando, peço que anotem alguma informação: não conseguem escrever e quando o fazem, é de maneira tão equivocada, que chego a me assustar.
Por outro lado, ainda falando em micro universos, vejo minha mãe de 78 anos, que não terminou o ensino médio, sempre leu muito, escreve com poucos erros de português e com bela caligrafia, e que arregaçou as mangas para inserir-se no universo digital. Em princípio tímida e temerosa, mas impulsionada por um tal de “skype” que permitiria a ela ver a filha e falar-lhe todos os dias, numa distância de mais de mil quilômetros, de maneira gratuita.
A princípio parecia fácil, mas ao entrar numa “escola” deparou-se com conceitos como word, excel, e-mail, orkut!!!!!!!!!!!!!!!!
Posso dizer que ela quase surtou, pois não sabia digitar, não sabia ligar o computador, não entendia nada do que lhe era falado, pois o professor, que por sinal era muito bonzinho, não fazia conexão alguma entre os conceitos por ele passados e a