Mídia e Educação
A partir do século XXI, com a disseminação das chamadas novas tecnologias e com o desenvolvimento de pesquisas sobre educação a distância, os estudos e projetos relacionados à interface educação/comunicação ganhou força e novos rumos. Para discutir as tendências atuais sobre a questão, faço, primeiramente, um breve histórico sobre o tema. A partir da invenção da imprensa, o jornal ocupou o espaço de mídia privilegiada na escola. Em 1694, por exemplo, o então reitor da Universidade de Paris defendia a escrita tipográfica como uma forma de aperfeiçoar a ortografia (CAPRINO, 2008). No final do século XIX, “o diretor das escolas públicas de Salem, no Missouri, defendia a utilização dos jornais em sala de aula. Sua pedagogia baseava-se na distribuição diária de jornais para os alunos, seguida posteriormente por uma conversa sobre o que eles haviam lido” (CAPRINO, 2008, p. 3, apud GONNET, 2004, p.41).
No Brasil, a distribuição de jornais a escolas também foi um empreendimento realizado pelos Jornais Zero Hora, em 1980, por meio do projeto “Zero Hora na sala de aula”, e pelo jornal O Globo, em 1982, no Rio de Janeiro, por meio do projeto “Quem lê jornal sabe mais” (idem, p. 7). Embora esses projetos estejam muito mais ligados à formação de um público leitor do que exatamente a um projeto de educação-comunicação, eles são exemplos de uso pedagógico dos meios de comunicação na escola.
No entanto, é nos trabalhos do pedagogo Celéstin Freinet – precursor da ideia de autogestão e da escola/pedagogia ativa – que é iniciada uma reflexão e sistematização de uso da imprensa na escola.1 A imprensa escolar, então, passa a ser o centro do processo educativo e é por meio dela que o conhecimento escolar é produzido, ensinado e aprendido. As ideias de Freinet ultrapassam os muros da escola e influenciam intelectuais, educadores e comunicadores sociais e populares do mundo todo. Nesse sentido, cabe mencionar