médica
PARA A INTEGRALIDADE EM SAÚDE1
Juciane Rosa Gaio Fratini*
Rosita Saupe**
Aline Massaroli***
RESUMO
Um dos múltiplos sentidos da integralidade pode ser efetivado através de sistemas de referência e contrareferência monitorados por acompanhamento e avaliação. Este estudo teve como objeto a possibilidade de contribuir para avanços em relação ao processo de referência e contra-referência do sistema de saúde brasileiro e como objetivo analisar o modelo técnico-assistencial implantado numa instituição hospitalar denominado “altas especiais”. A metodologia constou da análise de documentos e registros nos prontuários de pacientes disponibilizados pela instituição de saúde onde se realizou a experiência. Os dados foram sistematizados e organizados em tabelas e gráficos e interpretados. O programa de “altas especiais” foi implementado em junho de 2003. No período analisado para este artigo (janeiro a outubro de 2005) o programa envolveu 123 (cento e vinte e três) pacientes e suas famílias. Destes, temos que 110 (89%) apresentavam necessidade de contrareferência e 13 (11%) não apresentavam essa necessidade (pacientes que permaneciam internados por questões sociais). Os resultados mostram como conseqüências benéficas: a humanização, com a manutenção do vínculo entre paciente, família e sistema de saúde; a redução do tempo de internação e de exposição às complicações daí decorrentes; maior disponibilização de leitos e diminuição dos custos.
Palavras-chave: Sistema Único de Saúde. Serviços de saúde. Alta do Paciente.
INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) não é e nunca foi único. O dualismo tem estado historicamente presente no sistema de saúde nacional. Anteriormente ao SUS encontramos um sistema para trabalhadores contribuintes, que tinham acesso aos serviços públicos de melhor qualidade, e o sistema de “indigência”, destinado à população carente, desempregada e miserável.
O SUS nasceu com a