Mágica e religião na Mesopotâmia
Na filosofia mesopotâmica, “a religião era vista como um ato mágico, pois crença, fé, confiança, dedicação e amor são em si características do divino dentro e fora de nós.” A mágica vinha como resposta para aquilo que eles não conseguiam entender. Sendo assim, mágica e religião eram inseparáveis.
Para entender esta realidade é preciso entender a visão dos habitantes destas civilizações antigas. Para eles, o natural e o sobrenatural estão entrelaçados de tal forma, que se confundem. Um participa do mundo do outro e isto acontece através da mágica. Então, as artes mágicas buscavam influenciar fatos e prever acontecimentos, por meio de um mago, que muitas vezes era o sacerdote, que era considerado um representante dos deuses. É o natural e o sobrenatural andando juntos. Por ser o mago um sacerdote na maioria das vezes, a mágica e a religião se confundiam. Com a prática da mágica na religião, o homem influenciava e se deixava influenciar pelo sobrenatural, pelos céus. Através da associação mágica-religião, o homem passa a compreender o que antes não conseguia sozinho.
Embora essa associação fosse fundamento da cultura mesopotâmica antiga e tivesse sido difundida em outros lugares, com a ascensão do judaísmo, e depois, do cristianismo, a mágica e a religião começaram a ser diferenciadas. E a mágica acaba sofrendo as conseqüências dessa dissociação, pois se tornou elemento de superstição, ato de paganismo. Isto leva muitos estudiosos a evitarem este tema com medo de denegrir sua imagem, sendo assim, a história desses povos torna-se incompleta , pois diferente de nossa visão hoje, na visão dos mesopotâmicos, a mágica-religião era um elemento cotidiano. Não levar este elemento em consideração torna o estudo da realidade destes povos pobre e até mesmo incompreensível.
Contribui para o empobrecimento atual do significado da mágica para os povos antigos, as empobrecidas traduções do cotidiano