Musicalização
A Embocadura
Alciomar Oliveira
N
os instrumentos da família dos metais, em que a emissão sonora se dá através da vibração dos lábi os em contato com o bocal, torna-se necessário um condicionamento da musculatura labial e dos demais músculos da face, para que o instrumentista possa controlar e, obviamente, mudar a altura das notas da série harmônica. O fenômeno acima descrito é a embocadura. Em resumo, é a forma necessária para a geração do som nos instrumentos de bocal.
O termo condicionamento parece ser o mais coerente quando nos referimos à embocadura, uma vez que existe todo um conjunto de músculos atuantes e que influenciam definitivamente a sonoridade do instrumento.
Todo tecido muscular tem como características principais tensão e relaxamento. O trabalho do instrumentista em relação à embocadura consiste basicamente em aumentar a capacidade de tensão e relaxamento da musculatura da face, com a intenção principal de obter uma boa sonoridade (som “aveludado” e uniforme) no instrumento.
Ainda sobre a embocadura, realizei o presente estudo. Tendo como principal objetivo minimizar problemas referentes à má formação da embocadura de músicos de instrumentos de metal, em especial a embocadura dos trombonistas.
Desde os primeiros momentos da minha formação como trombonista, fui bem orientado no que diz respeito aos procedimentos necessários para uma embocadura “saudável”. Obviamente, nunca passou pela minha cabeça que uma embocadura saudável fosse igual a das fotos apresentadas nas ilustrações dos livros e métodos de alguns renomados especialistas em trombone. O meu pensamento sempre foi claro no sentido de entender que aqueles modelos mereciam os devidos ajustes referentes às diferentes características anatômicas de cada instrumentista. A “arcada dentária”, o tamanho dos lábios, etc., influenciariam diretamente na escolha do bocal e instrumento a ser usado com melhor desempenho e qualidade.
Passados alguns anos, a