museus de fora
Em um livro direcionado aos interessados em história da arte e museologia o autor dedica-se, principalmente, a compreender como museus de arte contemporânea narram as suas coleções, como escolhem as obras que ficarão no escuro da reserva técnica e quais irão fazer parte dos catálogos e exposições. Faz essa pergunta baseando-se não nas próprias coleções mas sim nos discursos que são feitos a partir delas, fontes escritas entre 1965 e 2005. Compreender como os museus narram as suas escolhas, ou seja, como escolhem seus artistas favoritos e como se dão os processos aquisitivos de suas obras é compreender políticas institucionais e artísticas de uma arte que está sempre se modificando. Para fugir do que chamou de arte espetáculo, comprometida com organizadores e patrocinadores, e objetivando buscar um panorama mais local e não nacional-global, o autor buscou os museus de fora do eixo cultural brasileiro, ou seja, fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo.
Fazendo uma leitura de museu sob a sua dimensão histórica o autor relata a complexidade do museu de arte dos dias de hoje, especialmente do museu de arte contemporânea, quando comparado aos museus oitocentistas, cuja visão estava atrelada a manutenção de um passado que não se desejava esquecer. Contrapondo-se a essa visão o autor relata o nascimento da visão do museu como comunidador da sua própria identidade.
O autor detém-se sobre os esquecimentos na escolha de suas coleções. Para ele esses esquecimentos são formas de evitar juízos sobre as práticas museias e sobre quão falhos podem ser os processos de representação do passado na tentativa da construção de uma identidade. Tal percepção está bastante justificada uma vez que as memórias, e também os esquecimentos, quase nunca são isentos de abusos. Tanto as memórias quanto os esquecimentos podem, e são, de forma constante, impedidas, manipuladas e comandadas de forma abusiva. Esse processo é uma questão