museu serralves
História
O jardim da Quinta de Lordelo, na magnífica cidade do Porto e propriedade de Carlos Alberto Cabral (Conde de Vizela), foi possivelmente desenhado por um dos viveiristas da cidade, que se inspirou nos modelos vitorianos do século XIX. Este jardim, com cerca de dezoito hectares, desenvolvia-se nas traseiras da casa com canteiros de formas orgânicas adornados por espécies ornamentais.
Em 1925, após uma visita a uma exposição de arte em Paris, o Conde de Vizela decide intervir na sua quinta. Para isso, tomou a iniciativa de convidar o arquiteto Jacques Gréber para conceber um novo jardim para a sua propriedade. Assim, em 1932 surge o projeto para o Parque de Serralves, caracterizado por um classicismo modernizado, constituindo uma unidade temporal e espacialmente complexa, incluindo vestígios de jardins franceses dos séculos XVI e XVII. Alguns apontamentos do jardim original foram mantidos, nomeadamente o lago, e as estruturas agrícolas e de rega das propriedades que estavam, naquele momento, em aquisição. O jardim de Serralves, foi considerado um dos primeiros exemplos da arte do jardim da primeira metade século XX, em Portugal, e terá sido o único construído nesse período por um privado, a partir de um projeto de arquitetura de paisagem.
No início da década de 50, a propriedade foi vendida a Delfim Ferreira (Conde de Riba d’Ave). Porém, o jardim manteve-se até aos dias de hoje, reconhecível na sua estrutura. Em 1986, o Estado Português, adquire a propriedade, e foram realizadas intervenções que acautelassem situações mais urgentes e permitissem a abertura faseada do parque ao público. Estas modificações ficaram sob orientação da arquiteta paisagística Teresa Adresen que, ao fazer parte da Comissão Instaladora, assumiu com a criação da Fundação Serralves, a diretoria do Parque.
Dez anos depois, em 1996, foi edificado o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, representando um marco importante e fundamental na história do Parque.