multimistura
Os países em desenvolvimento têm aplicado estratégias para o combate à desnutrição, suplementos alimentares que utilizam desde produtos altamente energéticos. Várias alternativas estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir a prevalência da desnutrição; no Brasil, uma das estratégias das entidades filantrópicas e públicas para amenizar o problema da desnutrição é a implementação de projetos de suplementação alimentar, que é a distribuição de misturas à base de farelo de cereais, popularmente denominadas de multimistura.
A utilização e os padrões de identidade e de qualidade da multimistura foram regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) a partir da resolução nº53, que definiu a mistura à base de farelo de cereais como sendo "produto obtido pela secagem, torrefação, moagem e mistura de ingredientes de origem vegetal, podendo ser adicionada de leite em pó".
A eficácia desse suplemento, no entanto, é objeto de controvérsias. Segundo Farfan, não há provas de que esse produto seja adequado para garantir manutenção e crescimento à população infantil por longos períodos, considerando que seu valor nutricional como complemento, sua composição e as propriedades biológicas dos seus ingredientes não são condizentes com as propriedades especiais que seus preconizadores defendem. A multimistura poderia, provisoriamente, evitar o óbito por inanição, em casos de extrema pobreza e absoluta falta de alimentos.
A produção da multimistura é realizada em diversos setores e serviços e em diversas escalas, até mesmo artesanalmente, em ambiente domiciliar. Segundo pesquisadores de nutrição da Universidade Federal do Pernambuco, cada 100g da preparação contém 47,5% de farelo de trigo, 47,5% de fubá de milho, 4,0% de pó de semente de melão, gergelim, abóbora e amendoim, 0,5% de pó de folha de mandioca e 0,5% de casca de ovo, e apresenta a seguinte composição