Mulheres
A revista HSM Management nº 65 publica um estudo, realizado pela Caliper do Brasil em 2007, que revela o novo –ainda que incipiente e tênue– paradigma de equilíbrio entre vida profissional e pessoal que vem sendo estabelecido pelas executivas brasileiras. Uma pesquisa desenvolvida em 2005 já apontava os desafios que estão tendo de ser superados nesse caminho para um equilíbrio efetivamente sustentável. Os professores Betania Tanure, da Fundação Dom Cabral, Antonio Carvalho Neto e Juliana Andrade, da PUC Minas, autores dessa pesquisa e do livro Executivos – Sucesso e Infelicidade, falam a seguir, em entrevista exclusiva, sobre os sacrifícios a que as executivas brasileiras se sujeitam e sobre os limites de sua ascensão –as mulheres no topo ainda são um quarto do número de homens no topo s mulheres realmente ocupam cada vez mais cargos nas empresas? Sim. Ao analisarmos a força de trabalho feminina no Brasil nos últimos anos, chama a atenção a intensidade e a constância de seu crescimento, enquanto a força de trabalho masculina parece estabilizada num patamar. Prova disso é que, relativamente, encontram-se mais mulheres jovens nas empresas: 40,7% da amostra pesquisada por nós tinha até 30 anos e 28,2% estavam na faixa de 30 a 40 anos.
E as condições de trabalho estão se igualando? Temos duas formas de enxergar essa questão. Se analisarmos o filme, comparando a situação brasileira dos anos 60 com a de hoje, o filme é super colorido. Há menor preconceito, oportunidades mais equilibradas, avanços em postos importantes. Porém se olhamos a foto –a situação de hoje–, enxergamos ainda muitas diferenças entre homens e mulheres no mercado executivo. A foto ainda não esta tão colorida. Se formos observar os salários e a ascensão na carreira. Segundo dados do Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] em conjunto com o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], entre 1992 e 2003 as mulheres tiveram 76,1% do rendimento/hora médio dos homens