Economia maranhense na Republica
A província do Maranhão ocupava uma posição de destaque no contexto do Império não só no plano econômico como no político e no cultural. A respeito, assim se expressa Meireles:
"0 Império, repetimos, foi a Idade de Ouro do Maranhão, não obstante quando em vez os azares da balança comercial, as altas e baixas inesperadas do algodão, não raro provocadas pelo "trust" inglês que o explorava e monopolizava causassem algum pânico à praça e arrastasse um ou outro fazendeiro ou comerciante nacional, menos prevenido, bancarrota". A utilização da mão-de-obra escrava baixava os custos da produção tornando-a concorrencial em relação a outros produtos coloniais junto aos centros consumidores externos, garantindo a continuidade e a reprodução do sistema econômico que sustentava a classe escravista no Brasil.
A Abolição, impondo a mudança radical não apenas da relação de propriedade, mas também da estrutura econômica, teve como efeito o estabelecimento de relações de trabalho capitalista que desagregaram inapelavelmente as velhas instituições monárquicas.
Com uma população de origem africana que chegou a superar, embora de pouco, a dos senhores brancos, o processo da Abolição no Maranhão, transformando radicalmente as relações de trabalho, encontrou despreparados senhores e escravos, resultando numa desordem total do sistema produtivo agrário, tanto que:
“... no próprio ano de 1888- a desvalorização da fazenda agrícola maranhense atingiu 90%( ... ) Das fazendas afastavam-se os senhores com a mesma ansiedade com que os ex-escravos deixavam os ranchos do seu cativeiro. Estes tinham horror do passado; aqueles medo do presente"
Não admira, portanto, que no Maranhão a libertação dos escravos tenha provocado tais efeitos, uma vez que o seu sistema produtivo, sem nenhum recurso tecnológico moderno, somente através da mão-de-obra escrava, de baixo custo de