Mulheres plenas de vazio
Nas últimas décadas os transtornos alimentares apresentaram grande incidência, e este aumento está associado a fatores sócio-culturais, que determinam formas corporais ideais, a adesão, e certa imposição de hábitos saudáveis. “Contudo tal ênfase pode facilmente se degenerar e esta busca constante pelo corpo perfeito tornar-se uma obsessão. Só que na anorexia isso adquire um caráter muito peculiar: à medida que o quadro se instala, o corpo é constantemente negado, a tal ponto que se exime de ser um corpo vivo e desejante.” (DITOLVO,1999 apud SANTOS, 2004, p 1).
Assim a anorexia, além de um sintoma da sociedade contemporânea que prioriza, e enfatiza o estereótipo de beleza de modelos ou atletas, a anorexia nervosa é considerada, pela Associação Americana de Psiquiatria, um transtorno psiquiátrico.
“A anorexia e a bulimia nervosa são transtornos da conduta alimentar cuja prevalência tem crescido nas últimas décadas, atingindo principalmente adolescentes e jovens mulheres” (SANTOS et al., 1998 apud SANTOS, 2004, p 1). Esta forma de transtorno atinge não só o portador de forma marcante, mas também seus familiares.
A complexidade e gravidade do quadro clínico apresentado pelas pacientes exigem intervenção multidisciplinar e integral. “A literatura enfatiza a necessidade de inclusão da assistência à família no planejamento terapêutico, incluindo-se a psicoterapia familiar” (SANTOS, 2002 apud SANTOS, 2004, p1).
Castro (2000), através de uma pesquisa com mães de jovens portadoras de anorexia, concluiu que com a eclosão do transtorno a família passa a viver em função do membro afetado, toda a dinâmica familiar é modificada e emergem sentimentos ambivalentes, pois se encontram em uma situação que se sentem na necessidade de demonstrar maior tolerância e por outro