Hotel Atlântico
Paula de Araújo Almeida¹
O presente trabalho tem como objetivo estabelecer um paralelo entre as esvaziadas relações humanas na obra, Hotel Atlântico de João Gilberto Noll, com as relações da contemporaneidade, não esquecendo o papel do envolvimento sexual como preenchimento de vazio ou procura de algo que ainda não se sabe definir pelos personagens, conflito bastante relatado na obra. O artigo também visa procurar esclarecer certos comportamentos conturbados do personagem central baseados na luz da psicanálise e em demais teorias sobre, no qual o enredo centra mais atenção. Vazio, falta de apego, sexualidade e angústia serão retratados neste discurso na tentativa de avaliar psicologicamente atitudes do personagem com os demais e dos envolvimentos humanos atuais, que fazendo uma comparação possuem muitas semelhanças. Salientando um eu desestruturado tanto físico como emocionalmente abortado pela representação do vazio, e a problematização que todos os personagens contêm. Não esquecendo a esperteza e inovação no quesito linguagem e retrato social trazido por Noll, um escritor que além do seu tempo.
Palavras-Chaves: Vazio. Angústia. Sociedade contemporânea. Relações Humanas.
“João Gilberto Noll é um escritor em cujos textos sentimos a pura intensidade do ato de escrever. Seu texto, longe de ser torrencial, foge incessantemente da apreensão do leitor, desenhando formas no imaginário que não passam de linhas soltas, imagens cambiantes e livres [...]” Sandro Ornellas
INTRODUÇÃO
Inicialmente far-se-á um pequeno resumo sobre Hotel Atlântico (1989), que por sinal foi várias vezes reeditados e um dos mais vendidos do autor, que nasceu em 1946, Porto Alegre. Renomado e ganhador de inúmeros prêmios, inclusive o Jabuti em cinco ocasiões. Pode-se afirmar que o narrar de Noll