Mudança
Casa nova, escola nova, outra empresa, às vezes outra cidade ou até país. Abraçar o novo implica, por um lado, abandonar o familiar, a rotina confortável e as expectativas usuais e, por outro, lançar-se ao desconhecido. Não é à toa que pessoas diferentes têm respostas diversas a mudanças. Para começar, o valor do ambiente que se tornou familiar é extremamente pessoal: depende da sua história particular naquele contexto, das suas experiências, das memórias formadas ali, enfim, do valor associado ao que se está deixando. Para uns, deixar para trás uma escola onde se era oprimido pode ser um alívio; para outros, que conviviam bem, pode ser um abandono forçado do que foi a segunda casa. Se as lembranças despertarão saudade ou, ao contrário, a sensação de “já vai tarde”, é simplesmente reflexo das experiências pessoais de cada um.
Mas a resposta ao novo também depende do que temos por trás de uma faceta do nosso temperamento: a maneira automática como o cérebro reage ao novo e desconhecido. Curiosamente, embora novo e desconhecido sejam virtualmente sinônimos, o cérebro tem dois sistemas separados de resposta a eles. Um, centrado na amígdala (não, não é a da garganta...), organiza uma reação de ansiedade e temor que leva a um distanciamento do desconhecido (e a protestos generalizados de “Não quero ir para uma escola nova!!!”). O outro, centrado no estriado ventral, gera, ao contrário, desejo, motivação e expectativas positivas sobre o que é novo. (“Hmmm, garotas novas...”) Em algumas pessoas, o sistema que gera angústia frente ao desconhecido é mais forte do que em outras – e também mais forte do que o outro sistema que simultaneamente nos atrai ao desconhecido.
Por tudo isso também é possível ter sentimentos aparentemente contraditórios em relação a uma mudança para um novo emprego, por exemplo: sentir-se ao mesmo tempo angustiado, empolgado e aliviado, ou destemido, mas saudoso.
Toda mudança é, contudo, um estresse, ou seja, um problema que o