Moçambique após a independência
Moçambique tornou-se independente do regime Colonial Português em 25 de Junho de 1975. O primeiro governo, dirigido por Samora Machel, foi formado pela FRELIMO, a organização política que conquistou a independência nacional.
Esta conquista foi traçada no seu I Congresso, em 1962 pela FRELIMO, que definiu logo os objectivos imediatos e em longo prazo da sua luta de libertação nacional. Embora parcialmente tenham sido alterados no II Congresso, em 1968, os princípios são marcadamente revolucionários em que o Programa e Estatutos da FRELIMO afirmam que a independência nacional é somente uma fase a alcançar como meio para constituir uma sociedade nova na qual serão destruídos todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo.
Compreende-se aqui que o movimento tende desde já a representar os interesses das massas exploradas no país e se define desde logo como sendo um movimento anticapitalista e contra o imperialismo.
Sengundo Eduardo Mondlane (1995), no seu livro Lutar por Moçambique, uma das lições a extrair depois do início da guerra é que a libertação não consistia apenas em expulsar a autoridade portuguesa, mas também consistia no processo de construir um novo país, devendo estas construção ser levada a cabo com o próprio processo de destruição do Estado colonial. Não se tratava deste modo, de tomar algumas medidas provisórias, nem de esperar até se ter o controlo de todo o país antes de se decidir como governa-lo.
Com a definição de que um dos resultados imediatos da guerra era a eliminação do Estado colonial, no qual as forças de repressão abandonam um determinado local e, consequetemente, a lei, a administração e os sistemas de exploração econômica dos portugueses, juntamente com a administração portuguesa, desapareceu uma série de serviços.
Assim sendo, era preciso primeiro satisfazer as necessidades materiais, assegurar um abastecimento adequado de alimentos,