Movimentos Sociais e Políticos no Brasil Contemporâneo e a Eleição de 2006
Diorge Konrad *
Com o desenvolvimento do modo de produção capitalista no Brasil, na passagem do século 19 para o século 20, mas com maior ênfase após o Movimento de 1930, resultando em um processo maior de industrialização
Fatores estruturais incidiram sobre a formação do conjunto dos movimentos sócio-políticos brasileiros contemporâneos, marcados, por um lado, pela dependência às potências estrangeiras e, por outro, pela grande desigualdade econômica e social, com o aumento da miséria. A herança colonialista e imperialista, principalmente com a hegemonia norte-americana após a 2ª Guerra Mundial, impossibilitou a necessária ampliação do mercado interno e restringiu a possibilidade de amplos empregos, devido a monopolização e concentração de atividades fabris e de outras tecnologias em alguns nichos regionais.
Por sua vez, esta lógica de desenvolvimento capitalista expulsou um grande contingente populacional do campo, formando uma massa de subassalariados ou de trabalhadores informais, além de uma significativa reserva de força de trabalho barata, marcada pelo desemprego estrutural, criando um forte processo de migração interna entre as cidades, o que resultou em diversos problemas sociais e precárias condições de alimentação, moradia, saúde, educação, etc.
Dentro deste processo de nossa formação econômico-social, a história da luta social tem se contraposto às teses sobre a “índole pacífica” da sociedade brasileira. Muitos segmentos sociais defenderam-se e resistiram, muitas vezes de armas na mão, contra a exploração de classe e a opressão semi-colonial, seja através de guerras camponesas (como em Canudos e Contestado), seja em movimentos pós-1922 (como o Modernismo, o Tenentismo, o comunismo, as lutas e greves da classe operária, as lutas contra a Ditadura Militar, as Diretas-Já, o “Fora Collor” e as diversas formas de organização dos movimentos sócias como