Movimento social lgbt
Desenvolvimento
De acordo com Foucault (1988) a sexualidade se apresenta a partir de duas grandes redes: uma de superfície, que tenta homogeneizar identidades de gênero, imprimindo valores e costumes que vão compondo os espaços de poder; e a outra definida pelo autor como subterrânea, que vai sendo construída pela subjetividade de cada pessoa. Ao reconhecer o que é definido para cada gênero, as pessoas passam a dialogar com seus sentimentos, desejos e exercitam assim, espaços também de resistências. Essas duas grandes redes se articulam amalgamadas ao saber ao poder.
Como uma forma de expressão surge assim os primeiros movimentos em 1997, com a primeira Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (travestis e transexuais) com a participação de 2 mil pessoas. A partir de 1999, ela passou a ser organizada pela Associação da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) de São Paulo. Seu objetivo primeiro era dar visibilidade a estas categorias sociais e fomentar a criação de políticas públicas para homossexuais. A principal estratégia era ocupar os espaços públicos proporcionando assim uma troca efetiva entre todas as categorias sociais, e elevando a auto-estima dos homossexuais e sensibilizando a sociedade para o convívio com as diferenças. É neste momento que os homossexuais, já unidos, ajudam a construir e garantir alguns de seus direitos básicos. Em 2005, as Paradas LGTB organizadas no Rio de Janeiro pelo Grupo Arco-íris deixaram de ser exclusivamente elitista e, passaram a compor o cenário “gay” do subúrbio e de outras cidades do interior (PRATA, 2007).
O movimento gay introduziu no tecido social a inversão da concepção da homossexualidade de então, se o homossexual era considerado um invertido, um doente ou perverso, o modelo de relacionamento “gay”