Movimento Institucionalista
O movimento institucionalista
Certamente, após a Segunda Guerra, se tornou possível a estruturação uma nova cultura na área da saúde mental. Nessa época, forças de intelectuais, usuários do sistema manicomial, familiares e setores populares mobilizam-se no debate sobre o significante “loucura”.
Nesse momento, os asilos psiquiátricos foram comparados aos campos de concentração, já que havia uma supervalorização da loucura em detrimento do louco e sua própria vivência subjetiva. Mas à medida que o movimento institucionalista vai sendo fortalecido, a psicoterapia institucional vai passar a entender a subjetividade como algo processual.
É certo que o movimento institucionalista é heterogêneo, reunindo um conjunto de correntes que apresentam perspectivas próprias e se caracterizam pela diversidade de tendências. As diferenças entre elas se inscrevem no arcabouço teórico, metodológico, técnico e político. Contudo, todas elas buscam propiciar e apoiar processos autoanálise e de autogestão em coletivos, favorecendo experiências de rupturas com as relações estabelecidas.
Para este movimento, a ideia de autogestão está associada ao mesmo tempo ao processo e ao resultado da organização de coletivos para discutirem e resolverem seus problemas de forma independente. Eminentemente ligada a esta noção está o processo de autoanálise dos coletivos que implica na produção por parte destes de saberes acerca de si mesmos que, em geral, em nossa sociedade, são desqualificados e subordinados por saberes produzidos por “cientistas neutros” que teriam, supostamente, a capacidade de responder pelos coletivos sobre suas questões.
Logo, a proposta do movimento institucionalista seria uma busca de desnaturalização das práticas sociais vigentes e uma consequente valorização do sujeito, na medida em que, em concordância com Foucault que coloca que nos constituímos a partir das relações que