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“O Movimento Institucionalista é um conjunto heterogêneo e polimorfo de orientações, entre as quais é possível encontrar-se pelo menos uma característica comum: sua aspiração a deflagrar, apoiar e aperfeiçoar os processos auto-analíticos e auto-gestivos dos coletivos sociais” (BAREMBLITT: 1996, p.11).
Cap. I - O Movimento Institucionalista, a Auto-análise e a Auto-gestão.
Baremblitt (1996) considera que as relações humanas na sociedade contemporânea se tornaram extremamente complexas e que a produção de conhecimento se intensificou significativamente. Neste cenário, o conhecimento científico ocupou um lugar de destaque pela pretensão de garantir uma ação mais objetiva sobre esta realidade. Tais circunstâncias produziram em nossa sociedade a figura do expert, ou seja, um indivíduo cuja formação oferece uma condição privilegiada para falar sobre um determinado assunto. Esse profissional, pela forma como a sociedade se organiza, está freqüentemente a serviço de grupos, empresas ou instituições que podem pagar pelo seu trabalho.
Nessa divisão social do trabalho, a sociedade civil viu-se despossuída daqueles conhecimentos que antes eram socialmente validados, conhecimentos que organizavam seu cotidiano. Esse saber é considerado, pelo pensamento moderno, “rudimentar e inadequado”, alienando as pessoas da possibilidade de gerenciar as instituições das quais fazem parte e mesmo suas próprias vidas. Cria-se uma dependência em relação ao expert, personagem legitimado por seus conhecimentos considerados universais e responsável por fazer diagnósticos e intervenções sobre problemas diversos, inclusive sociais. A noção de um conhecimento considerado universal, o qual o expert domina, será criticada pelo Movimento Institucionalista. O conceito de demanda, estudado à frente, nos permitirá entender essa crítica.
As políticas públicas muitas vezes partem do pressuposto de