Movimento Caras-Pintadas
O movimento dos chamados “caras-pintadas”, ocorrido no decorrer do ano de 1992, consistiu em multidões de jovens, adolescentes em sua maioria, que saíram às ruas de todo o país com os rostos pintados em protesto devido aos acontecimentos dramáticos que vinham abalando o governo do então presidente Fernando Collor de Mello.
As origens do movimento remontam ao final da década de 1980 e início da década de 1990, época em que os estudantes brasileiros, representados pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pela UBES (União Brasileira dos Estudantes), tiveram grande protagonismo nas lutas sociais do país. O jovem paraibano Lindbergh Farias era presidente da UNE e liderava os caras-pintadas em manifestações, por todo país, pela derrubada do ex-presidente Fernando Collor.
O presidente Fernando Collor havia sido eleito em 1989 por eleições diretas e democráticas, as primeiras depois do longo período da Ditadura Militar brasileira. Tal fato era constantemente lembrado pelos meios de comunicação da época, enfatizando a importância da participação popular na vida política brasileira, e portanto havia muita expectativa depositada sobre ele.
O governo Collor, no entanto, foi provado extremamente corrupto e ineficiente, chegando a confiscar o dinheiro presente nas contas-correntes e contas poupança da população brasileira. Em entrevista à Revista Veja em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias, entre outros fatos comprometedores para o presidente.
Insatisfeitos com o andar do governo Collor, estudantes organizaram uma reunião em 29 de maio, que chamou a atenção da mídia pelo grande número de pessoas, pelo forte engajamento político dos participantes e pela forte rejeição ao presidente.
O presidente Collor fez então um pronunciamento em rede nacional de televisão, pedindo apoio à nação. Tentou conclamar a população a sair