Motoboys
Estudos têm mostrado que os acidentes de transporte envolvendo motociclistas são causas importantes de morbidade e mortalidade no Brasil1-6, assim como em outros países7,8. Observa-se tendência crescente de uso da motocicleta no Brasil devido à facilidade de compra, por acesso ao crédito e ampliação dos prazos de pagamento, que atraem um número cada vez maior de consumidores. Entre 2002 e 2008, a frota de motocicletas aumentou em 137,8%, e o ano de 2008 terminou com 11 milhões de motocicletas registradas em todo o país pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Este aumento representa 3,2 vezes o de veículos de passeio para o mesmo período9. Como uma das consequências, observa-se aumento dos acidentes de motocicleta. Dados do Ministério da Saúde mostram aumento de 190,5% no número de mortes por acidentes de transporte entre motociclistas de 2000 a 2006, superior ao aumento proporcional das mortes de ciclistas (111,4%), pedestres (16,7%) e condutores de veículo de passeio (45,1%)10.
Além de meio de transporte de baixo custo, a motocicleta serve também como instrumento de trabalho, para transporte de pessoas (moto-táxi) ou de mercadorias (moto-frete ou moto-entrega). O aumento na quantidade de motociclistas que fazem fretes (motoboys ou motociclistas de entrega) é visível nos centros urbanos do país, visto que esses trabalhadores atendem às necessidades de rapidez e agilidade na prestação de serviços e entrega de produtos, e sua presença e tendência de crescimento parecem irreversíveis a curto e médio prazo11.
Neste contexto, de agilidade, necessidade de rapidez, sociedade de consumo e trânsito caótico, os motoboysrepresentam uma população de grande risco de