Alcoolismo no trabalho
DEFINIÇÃO DA DOENÇA O alcoolismo refere-se a um modo crônico e continuado de usar bebidas alcoólicas, caracterizado pelo descontrole ou por um padrão de consumo de álcool, apesar das consequências adversas desse comportamento para a vida e a saúde do usuário. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a síndrome de dependência do álcool é um dos problemas relacionados ao trabalho. A Sociedade Americana das Dependências em 1990 considerou o alcoolismo como uma doença crônica primária que tem seu desenvolvimento e manifestações influenciadas por fatores genéticos, psicossociais e ambientais, frequentemente progressiva e fatal. O bebedor alcoólico tende a não reconhecer que faz uso abusivo do álcool. O álcool é uma droga legalizada e seu consumo não só é aceito pela sociedade como incentivado por intensa propaganda. Entretanto, é importante salientar que o uso pesado de bebidas alcoólicas é o caminho mais curto para o alcoolismo. Calcula-se que 10 a 12% da população mundial são dependentes de álcool, o que caracteriza o uso abusivo de bebidas alcoólicas como um grave problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, o álcool é responsável por mais de 90% das internações por dependência química, e está associado a mais da metade dos acidentes de trânsito, principal causa de morte na faixa etária de 16 a 20 anos.
FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL O trabalho é considerado um dos fatores psicossociais de risco para o alcoolismo crônico. O consumo coletivo de bebidas alcoólicas associadas a situações de trabalho pode ser decorrente de prática defensiva, como meio de garantir inclusão no grupo. Também pode ser uma forma de viabilizar o próprio trabalho, em decorrência dos efeitos farmacológicos próprios do álcool. Uma freqüência maior de casos (individuais) de alcoolismo tem sido observada em determinadas ocupações, especialmente aquelas que se caracterizam por ser socialmente desprestigiadas, atividades