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Somos únicos em meio à dualidade e à multiplicidade. Comportamos o diferente. Nossa identidade agrega múltiplas dimensões e características. Assim, nossa personalidade revela uma identidade polimorfa, ou seja, cada indivíduo é singular e, contudo, duplo, plural e diverso.
Ao buscar explicação sobre nossa identidade humana e cultural Morin procura responder a seguinte pergunta: Quem somos nós? E responde esclarecendo que (2004,
p. 89): “Temos uma natureza biológica, uma natureza social, uma natureza individual”.
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E prossegue: “A verdadeira complexidade humana só pode ser pensada na simultaneidade da unidade e da multiplicidade” (p. 90). Enfim, somos semelhantes e, ao mesmo tempo, diferentes uns dos outros, por um processo evolutivo biossocial.
As identidades humanas se forjam num mundo marcado pelas diferentes culturas, em distintos tempos e lugares. As sociedades arcaicas, organizadas em bioclasses, produzem as primeiras e grandes diferenciações biológicas de sexo e de idade. A bioclasse masculina e feminina vai sendo constituída pelas diferentes práticas familiares e funções profissionais. De tal forma que, segundo Morin (2002, p. 164), é desde alguns dos seus traços fundamentais comuns que as sociedades arcaicas começam a se diversificar pelo emprego de diferentes línguas, crenças, mitos e formas de