MORIN
Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. Autor de mais de trinta livros, entre eles: O método (6 volumes),Introdução ao pensamento complexo, Ciência com consciência e Os sete saberes necessários para a educação do futuro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa.
Em 4 de junho de 2002, Edgar Morin publicou no jornal Le Monde, com Sami Naïr, professor da Universidade de Paris VIII e ex-membro do Parlamento Europeu e Danièle Sallenave, jornalista e ex-professora da Universidade de Paris X - Nanterre, um artigo intitulado Israël-Palestine: le cancer ("Israel-Palestina: o câncer")1 . Segundo o artigo "o câncer israelo-palestino se formou, alimentando-se, por um lado, da angústia histórica de um povo perseguido no passado e de sua insegurança geográfica; por outro, da infelicidade de um povo perseguido no seu presente e privado de direitos políticos".
O artigo critica o unilateralismo da visão israelense. " É a consciência de ter sido vítima que permite a Israel tornar-se opressor do povo palestino. A Shoah, que singulariza o destino vitimário judeu e banaliza todos os outros (do Gulag, dos ciganos, dos africanos escravizados, dos índios das Américas), torna-se a legitimação de um colonialismo, de um apartheid e de uma guetificação para os palestinos."
Acrescenta que "os judeus de Israel, descendentes das vítimas de um apartheid denominado ghetto, guetificam os palestinos. Os judeus que foram humilhados, desprezados, perseguidos, humilham, desprezam e perseguem os palestinos. Os judeus, que foram vítimas de uma ordem impiedosa, impõem sua ordem impiedosa aos palestinos. Os judeus, vítimas da desumanidade, mostram uma terrível desumanidade."
O artigo valeu aos