Morfossintaxe
No texto “Estrangeirismos: guerras em torno da língua” (contidos no artigo Estrageirismos, desejos e ameaças), os autores discorrem sobre os empréstimos linguísticos e retomam discussões levantadas sobre legitimidade e suas implicações sócio-políticas.
Segundo o texto, “estrangeirismo é o emprego, na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de outras línguas”. No mesmo parágrafo, complementam também que “a noção de estrangeirismo, contudo, confere ao empréstimo uma suspeita de identidade alienígena, carregada de valores simbólicos relacionados aos falantes da língua que origina o empréstimo” (p. 15).
São esses mesmos valores simbólicos que determinarão o comportamento linguístico da palavra, demarcados não só pelo contexto, como também por imposições políticas e sociais.
Como visto na sessão Anglicismos: a força do desejo, os autores mostram como a hegemonia política da língua inglesa são determinantes para a existência do grande número de estrangeirismos dessa origem adotados na língua portuguesa. Inicia-se aqui, melhor explanado na sessão Diligências Legislativas, a discussão sobre o que é legítimo e o que é “invasor” na língua receptora; a ideologia de língua pura, que considera como base apenas a língua escrita e não a a língua falada, viva e em constante movimento, que originou a primeira (e não o contrário) e as imposições políticas à língua para demarcação de classe dominante.
Em Preconceito e exclusão, o tema é abordado aplicado aos estrangeirismos, como fossem ferramentas de exclusão aos de classe mais baixa. Um elemento considerado excludente, por exemplo, é que nem todo falante conheça a língua de origem do termo emprestado e seu real significado. Os autores consideram a justificativa equivocada, dotada de preconceito ou ingenuidade (p. 52); usam de exemplo (1) os estrangeirismos utilizados na língua portuguesa que não tem correspondente idêntico na língua de origem e (2)