Resumo Cidades para um Pequeno Planeta, Richard Rogers
Richard Rogers
1. A cultura das cidades
A partir do momento que a terra pôde ser vista do espaço, criou-se uma nova consciência global, que desencadeou mudanças no relacionamento com o planeta. A medida que via-se a terra de longe, via-se também a sua fragilidade e os danos nela causados pelo homem. Construímos uma civilização global, que enfrenta a expansão populacional simultânea à destruição do meio ambiente.
A causa dessa crise ambiental são as cidades. Metade de toda a população mundial, atualmente, vive em aglomerados urbanos, e esse cenário tende a se agravar. O ritmo de crescimento das cidades acelerado traz consigo a destruição da civilização, mas isso deveria ser impedido pelo uso apropriado da arquitetura, do planejamento urbano e do urbanismo, que entram como ferramentas para construir o futuro por meio de ambientes sustentáveis.
Os comportamentos social e econômico são grandes responsáveis pelo equilíbrio ecológico do planeta. Nas cidades desenvolvidas, o fenômeno dos bairros residenciais, aumento do uso de automóveis e outras atitudes semelhantes prejudicam o exercício da cidadania. Quanto mais afastada a classe alta, mais desprezada é a classe baixa, que é excluída do sistema de consumo e marginalizada. Dessa forma, cria-se uma barreira na convivência plena entre os cidadãos, onde os ricos se isolam, com medo, em ambientes privados. Essa prática, cada vez mais comum, desumaniza a cidade, tornando os espaços públicos, ambiente originalmente designado para a prática da cidadania e convivência, locais vazios e em desuso. O autor classifica os ambientes em monofuncionais (que preenchem uma função apenas, geralmente partindo de uma iniciativa privada) e os multifuncionais (espaços com diversas funções que permitem o convívio entre humanos), dizendo que o segundo está em decadência, dando lugar ao primeiro, deixando para trás a ideia de cidade abrangente. Assim, o conceito de cidade torna-se negativo, pois nos remete