Morfologia estrita de Kruger
Existem vários sistemas de classificação morfológica, porém destacamos o critério estrito de Kruger (Kruger et al., 1987). Essa técnica é considerada um dos indicadores da qualidade e viabilidade dos espermatozóides que estão sendo produzidos pelos testículos, e consequentemente sua capacidade de fertilizar o ovúlo. Portanto, é uma importante ferramenta que determina o sucesso da fertilização in vitro (FIV), da inseminação intrauterina (IIU), bem como a chance de se obter gravidez pela via natural.
Esse método criterioso utiliza análise morfométrica para classificar o espermatozóide em normal ou anormal, além de identificar a localização da anormalidade (Kruger et al., 1987; Coetzee et al., 1998,).
A avaliação é realizada somente em laboratórios especializados, onde espermatozóides recebem coloração específica e são analisados em microscópio óptico com ampliação de 1000 vezes. Eles são divididos morfologicamente em cabeça (e pescoço), peça intermediária e cauda e os critérios de normalidade adotados são:
- cabeça com formato oval e superfície regular;
- peça intermediária e cauda sem alterações.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO, 2010), todas as formas limítrofes devem ser consideradas anormais.
Após a contagem de 200 espermatozóides, calcula-se a porcentagem das formas normais, que pelos critérios da OMS (WHO, 2010), a morfologia de Kruger deve ser ≥4%.
A partir dos valores obtidos, é possível definir qual a forma mais adequada de tratamento de reprodução assistida a ser indicada ao casal:
- 3% normais: o tratamento ideal seria a FIV pela técnica de ICSI (Intracytoplasmic sperm injection), uma vez que, a morfologia dos espermatozóides está bem alterada, impossibilitando a fertilização do óvulo (espermatozóide não consegue penetrar na zona pelúcida