Mordida cruzada
Tratamento da mordida cruzada total: abordagem em duas fases
Marcos Janson*, Gustavo Pithon**, José Fernando Castanha Henriques***, Guilherme Janson****
Resumo O tratamento ortodôntico em duas fases é ainda hoje controverso. Para muitos se trata de prolongar em demasia o tempo de tratamento, expondo o paciente ao desconforto e custos adicionais desnecessários, e para outros uma forma de equilibrar precocemente o crescimento das bases ósseas evitando que pequenas discrepâncias se agravem no futuro e tornem o tratamento na adolescência mais complexo e de difícil resolução. O presente artigo tem como objetivo promover a revisão da literatura e discutir os prós e contras do tratamento da mordida cruzada total em duas fases com apresentação de um caso clínico.
Palavras-chave: Tratamento Ortodôntico precoce. Tratamento em duas fases. Mordida cruzada total. Mordida cruzada anterior e posterior.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA A mordida cruzada é considerada como a incapacidade dos dois arcos em ocluir normalmente no relacionamento lateral e/ou ântero-posterior, podendo ser causada por problemas localizados de posição dentária, de crescimento alveolar ou ainda devido à discrepância óssea entre maxila e mandíbula. De acordo com Martins, Almeida e Dainesi1 as mordidas cruzadas classificam-se em: - Mordida cruzada anterior: Os dentes anteriores encontram-se em relação de oclusão inversa, podendo ser unitária (quando envolve apenas um dente), múltipla (quando envolve vários dentes), ou total (quando todos os dentes anteriores estão envolvidos); - Mordida cruzada posterior: Os dentes posteriores encontram-se cruzados ou de topo no sentido transverso, podendo ser unilateral, bilateral, total ou funcional. Considera-se uni ou bilateral quando envolve um ou ambos os lados da arcada ; total, quando a mandíbula contém completamente a maxila; e funcional quando se observa mordida cruzada posterior unilateral, em máxima intercuspidação habitual e ao