Conseqüências clínicas do hábito de sucção.
I. INTRODUÇÃO
A face necessita, além dos estímulos genéticos, de estímulos externos para seu desenvolvimento, esses oferecidos pelas funções do sistema sensório motor oral. O sistema sensório motor oral reúne várias estruturas interligadas, com características próprias, que desenvolvem funções comuns, dentre elas, a respiração, deglutição, mastigação, sucção e fala. É necessário que este sistema esteja adequado quanto à forma e à função para que a musculatura facial seja saudável (MARQUESAN et al, 1996).
O hábito é uma ação automática adquirida, que é praticada muitas vezes, tornando-se inconsciente e se incorpora à personalidade pessoal. Os hábitos orais são todas aquelas ações controladas ou realizadas pela musculatura intra-oral e perioral (MOTTA; DALVI, 2007). Podem ser classificados como não compulsivos, quando são de fácil aquisição e abandono, acompanhando o processo de maturidade ou compulsivos quando estão fixados à personalidade infantil, sendo refúgio quando esta sente-se ameaçada (FINN, 1982). Quanto à capacidade de satisfazer necessidades, também podem ser classificados em nutritivos (aqueles que permitem a obtenção de nutrientes essenciais) ou não-nutritivos (que transmitem sensação de segurança e conforto) (TURGEON O'BRIEN et al.,1996; FARIA et al., 2000).
Apesar de muitas crianças apresentarem hábitos de sucção não-nutritiva, como sucção digital, de chupetas ou de objetos, os mesmos serão considerados como deletérios, quando constituírem fatores etiológicos potenciais na determinação da oclusão e de alteração no padrão de crescimento facial (SANTOS E VALENTE, 2003). O hábito oral deletério consiste em um ato neuromuscular complexo, podendo associar-se com crescimento ósseo deturpado ou retardado, más posições dentárias, distúrbios respiratórios, dificuldades na fala, perturbações no equilíbrio da musculatura e problemas psicológicos.
Dentre os hábitos bucais deletérios, podemos citar: