Cirurgião Dentista
A oclusão pode ser definida como a relação estática e funcional que os dentes guardam entre si. Por conseguinte, quando se pensa em oclusão, há que se considerar os dentes (número, tamanho e posição), o tamanho das bases ósseas (maxila e mandíbula), assim como as relações que as mesmas guardam entre si com a base do crânio e com a musculatura adjacente em função ativa e postural (Silva Filho et al., 2001).
Em contrapartida, má oclusão é o desvio morfológico da oclusão normal, representado pela deficiência em uma ou mais relações dentárias, como também nas alterações das bases ósseas, acarretando problemas de ordem funcional e/ou estética (Corrêa, 1999).
Deve-se lembrar que apesar de o osso ser o tecido mais duro do corpo humano, é também um tecido plástico, que reage a todo tipo de pressão por ele exercida, principalmente da musculatura que o circunda. Desse modo, vale ressaltar que a posição dos dentes, responsável pela conformação dos arcos dentários, resulta do equilíbrio entre as musculaturas peribucal (bochechas e lábios) e intrabucal, representada pela língua (Almeida et al., 1998).
Nesse sentido, os desequilíbrios musculares decorrentes dos hábitos bucais deletérios, têm-se mostrado capazes de perturbar o desenvolvimento normal da oclusão dentária, comprometendo a morfologia, o desempenho das funções estomatognáticas e a estética (Jorge et al., 2002).
De acordo com Leite et al. (1999), os hábitos bucais deletérios são padrões de contração muscular adquiridos que, devido à prática constante, tornam-se inconscientes. Podem ser classificados como não-compulsivos (quando são de fácil aquisição e abandono, acompanhando o processo de maturidade) ou compulsivos (quando estão fixados à personalidade infantil). Além disso, os hábitos podem ser caracterizados em nutritivos (quando permitem a obtenção de nutrientes essenciais) e não-nutritivos (quando transmitem sensação de segurança e conforto).
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 HÁBITO DE