montano
Visitando teóricos de Tocqueville a Hayek, passando por Habermas e outros, o que demonstra uma ampla pesquisa que explicita as conexões teóricas que influenciaram a literatura corrente do chamado terceiro setor, Carlos
Montãno vai desmascarando a verdadeira intenção dos adeptos do conclamado menos Estado e maior sociedade civil (2002:87).
O autor busca o que de melhor pôde encontrar na literatura para construir sua análise. Ele aprofunda uma substancial leitura de clássicos da sociedade, política e economia dos últimos 300 anos. Nisso desvenda em que termos uma pretensa esquerda assimilou, como também seu, um discurso tradicional e conservador, isto é, de uma matiz ideológica que se convencionou chamar de direita. Montaño vê que os autores que tratam sobre o terceiro setor podem ser agrupados em duas tendências: a tendência regressiva (p. 60-87) e a tendência de intenção progressista (p. 88-134). Os discursos que pautam a tendência regressiva tentam afirmar-se a partir de Tocqueville de quem o autor demonstra o essencial do pensamento (p.63-76) e em Hayek cujo pensamento é também detalhado (76-87). Com relação à tendência de intenção progressita, seus autores tentam se fundamentar, um tanto forçadamente em Gramsci, bem como em Habermas e num autor apresentado como teoricamente menor Rosanvallon.