Pobreza, questão social e seu enfrentamento: estudo dirigido Carlos Montaño
POBREZA, “QUESTÃO SOCIAL” E SEU ENFRENTAMENTO.
Carlos Montaño
O autor inicia seu artigo explicitando as concepções da pobreza da “questão social” e seus enfrentamentos em diferentes momentos da sociedade capitalista. Num segundo momento, disserta dobre a desigualdade social no modo de produção capitalista, fazendo uma análise histórico-crítica da pobreza e da “questão social” e discutindo das políticas sócias e as crises do capital.
Nas concepções de pobreza, “questão social” e seus enfrentamentos, o autor inicia com a origem da expressão “questão social”, na fase do capitalismo concorrencial, onde a sociedade era permeada pelo pensamento positivista e, portanto, enxergava a pobreza como algo natural e a-histórico, desvinculando o este “fato social” da esfera econômica. Neste momento, a pobreza era vista como algo de total responsabilidade dos que a mesma atingia, ou seja, desculpabilizava o sistema de produção capitalista para culpabilizar o indivíduo que se encontrava em tal situação. Ainda neste momento do capitalismo, a pobreza era vinculada a três fatores principais: primeiro a um déficit educativo (relacionado ao conhecimento do mercado capitalista); segundo a um problema de planejamento familiar financeiro e terceiro a problemas de ordem moral-comportamental. O enfrentamento dessas expressões da questão social era feito a partir de ações filantrópicas e educacionais. Na Inglaterra é promulgada a lei dos pobres onde a pobreza é tratada através da “beneficência pelo caminho burocrático” (Duayer e Medeiros, 2003, p.241). A partir de 1834, a assistência à camada pobre da sociedade passou a ser vista como forma de acomodação e de conformismo do mesmo para a reprodução da situação de pobreza. Logo, as ações filantrópicas foram substituídas por ações repressivas. Neste momento, o pobre passa a ser o indivíduo marginalizado (no sentido de criminalidade), trazendo ameaças ao sistema. Houve uma tentativa da Igreja Católica em restaurar a