Mono
Universidade de Kassel, Alemanha
Historiador e cientista político, Ph.D em ciência política e educação, professor titular da Universidade de Kassel, Alemanha. Especialista no tema do nacional-socialismo, fundou o "Breitneu Memorial", em Guxhagen, local de um campo de trabalhos forçados para prisioneiros políticos antes da II Guerra, porteriormente transformado em campo de concentração. Krause-Vilmar publicou vários trabalhos sobre a temática concentracionária e análise do revisionismo, dos quais destacamse "Génese da Ditadura: o campo de Breitenau", "Sobre os Argumentos dos Negadores do Holocausto" e "Nacional-socialismo e Populismo".
I. A NEGAÇÃO DO HOLOCAUSTO COMO TEMA DE DISCUSSÃO
Gostaria de abordar um tema específico que se localiza no amplo campo de estudos e análises do neonazismo e do extremismo político, a saber, a negação dos assassinatos em massa cometidos pelo nacional-socialismo. A primeira pergunta que se coloca, com relação ao tema, diz respeito à necessidade de nos ocuparmos, de maneira tão extensa e quase científica, com esse tipo de questão. Na minha opinião, esta é uma pergunta controvertida. Mas, penso que sim, devemos nos ocupar da negação dos assassinatos em massa, pelo fato de que a monstruosidade dos crimes nazistas impõe-nos alguns compromissos permanentes, uma vez que muitas pessoas não podiam ou não queriam, em vista do horror dos crimes, acreditar que seres humanos tenham sido capazes de fazer algo assim.
Penso que devemos nos ocupar do assunto também por outra razão, formulada de maneira exemplar pela historiadora norte-americana Deborah Lipstadt, que venceu um processo que ocorreu na Inglaterra, movido contra ela pelo historiador britânico David Irving. A professora Lipstadt afirmou o seguinte: "Necessitamos nos ocupar da questão porque as forças da Razão são vulneráveis e porque a sociedade é suscetível a ideias aberrantes. As pessoas que habitam reinos imaginários e irracionais, a exemplo das pessoas