Mon oncle

Filme é magnífico! Quem não entende o filme, tente assistir com olhar mais poético e menos crítico, o lixo que leva o telespectador no começo do filme, daquele lugar cheio de vida, porém mais pobre, até aquele rico, porém monótono, o muro que separa a comunidade orgânica, da moderna, a mulher que diz que tudo na casa se comunica, mas eles mal se comunicam entre eles, como os objetos podem usar os seres humanos, e vice-versa, como quando abrindo uma janela hulo faz o passarinho cantar, quando os donos da casa ficam presos na garagem, o design da janela em formato que parecem dois olhos, na hora em que tati vai a noite, filme é feito de uma forma teatral, enfim tati era um visionário! Fantástico!
O cunhado do personagem principal é um industrial e é chegado em tecnologia. Fascinante as ideias em conceber os objetos futurísticos. A irmã do personagem principal é deslumbrada pela parafernália eletrônica e gosta de exibi-la aos visitantes. O personagem principal (Jacques Tati) é o Tio do título, um bonachão que não se encaixa na paisagem futurística. FANTÁSTICO! A lentidão na evolução da estória tem tudo a ver com o roteiro e o enredo. A fotografia é um obra-prima. Será que os franceses já tinham desenvolvido a fotografia HD em 1958? Genial!
Quem diz não gostar do filme, provavelmente o faz apenas por aspecto estético. Até porque se o faz por outro motivo é porque não compreendeu as sutilezas do filme, bem como os artifícios técnicos (sonoplastia, fotografia) promovidas por J. Tati. O filme é ótimo por vários motivos e um dos principais é em relação aos aspectos tecnológicos que são amplamente criticados no filme porque desumanizam as pessoas. E os que se negam ao artificialismo das relações acabam sendo vistos de forma diferente.